Hoje quero falar sobre os ciclos da vida. Normalmente as pessoas vêem a vida como uma escada, com um degrau mais elevado que o outro. Desde muito pequenos nos acostumamos a ver a vida assim, desde a época do colégio, um ano após o outro, faculdade, pós graduação e assim por diante. Ao entrar no mercado de trabalho acontece a mesma coisa, entra num cargo já esperando um melhor, numa visão romântica da vida.

Quando olhamos para a natureza e a vida como ela é, percebemos que nunca é assim. Tente você, observe a natureza, as plantas e seus ciclos. São altos e baixos, e se você resistir à vida como ela se apresenta pra você, sofre justamente por estar indo contra a natureza das coisas. Já pensou se a jabuticabeira se negasse a deixar sementes para as novas árvores?

A resistência a mudanças é um paradoxo. Por um lado você não quer perder o que tem, mesmo que isso seja de longe o que sonhou para você, e do outro, deixar o conhecido para o desconhecido, gera medo. Medo de partir. Mas o que é a vida se não sentir-se vivo?

Quem se acomoda, morre aos poucos. Quem se aventura, sente a vida. Por isso, apresento a visão de vida em ciclos. Sempre quando um ciclo se fecha, inicia-se imediatamente outro. É importante não deixar a visão romântica da vida atrapalhar o caminho das fases. Esta forma de ver só permite a finalização de um ciclo ao vislumbrar um ciclo melhor, e nem sempre é assim.

Precisamos nos reconectar com a vida natural, com a natureza.

O fato é: um ciclo se fecha e um ciclo se abre, um para melhor, outro para pior, todos com um propósito maior: aprendizagem.

Fique atento e aprenda, para que não tenha que retornar para algum ciclo. O formato do ciclo é ONDULAR, às vezes estamos lá encima outras mais para baixo. O incrível do ser humano é a ingenuidade de acreditar que quando estamos encima dali só vai progredir, ter mais felicidade, mais conquistas e se assim não for, tem algo de errado. Por outro lado quando está no período mais baixo apenas percebe a decadência e não consegue acreditar que um dia vai voltar a subir (é normalmente quando se percebe um estado depressivo).

Adoro dizer que a depressão é um presente. Um presente para nos mostrar quão ruim as coisas ficaram só pelo fato de nos amarrarmos com todas as forças a algo que pra nós “já estava bom”. A vida é movimento, se por algum motivo paramos, num “topo” paralisamos e desmorona. É muito comum pararmos no topo de uma paixão, no topo de uma posição social, no topo de uma crença ou mesmo numa posição no trabalho.

A natureza nos mostra que existe um ciclo, semeadura, nascimento, crescimento, criação e a morte. É assim com plantas, animais, o dia e a noite, as estações. Por que nós soberanos/iludidos acreditamos que podemos ir contra a natureza das coisas? Aceite a natureza que há na sua vida e permita que os ciclos nasçam, cresçam e morram, e sentirá a dança da vida, estando consciente para iniciar, germinar e/ou finalizar ciclos, sem resistência, sem depressão e sem medo.

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